Já acorda na alvorada, ouvindo um silêncio
Nenhum galo cantava, mas já tá em movimento
Se arruma, se apronta e saio para rua
E antes do sol raiar, já partiu para luta
Uma luta diária, para pôr rango na mesa
Pega ônibus lotado, até chegar ao batente
Ele só pega no pesado, mas é trabalho decente
Já chegou ao seu trabalho, e bate logo o cartão
Chegou a hora mostrar o seu trabalho e produção
Para poder ter o que comer, ter a vida e arte
Já é a hora do almoço, hora de descanso
A refeição tão cara, que nem o vale dá pra pagar
Como o necessário pra voltar ao trampo
Nem pra descanso tem tempo e já volta a trabalhar
Esperando e torcendo pro expediente encerrar
Quem dera se não houvesse horas extras
ou descanso para ter nos fins de semana
Quando consegue descansar a noite, que beleza
mas ele só tem que viver pra atender a demanda
Pra no final do mês, toma o salário que nem cabe os sonhos
Assim é a vida do trabalhador brasileiro
vestindo a camisa da empresa o dia inteiro
Trabalhador que constrói o país mais sublime
mesmo não recebendo o tratamento que merece
Com seus recursos finitos, mas esperanças infinitas