Como eu disse no texto que aborda o tema da poligamia, muitos casais caíram no dilema nas questões gerais a respeito de igualdade de direitos entre os sexos. Antigamente, em relações poligâmicas, era muito mais comum o homem ter mais de uma esposa do que uma mulher ter mais de um marido. E isso ocorre até hoje em países islâmicos ou em religiões que defendem abertamente a poligamia. Mas em sociedades que pregam igualdade, surge um dilema: um homem pode querer segunda esposa, da mesma forma que a sua mulher, com quem se relaciona, pode ter seu segundo marido. Também em relações monogâmicas ficou muito comum a formação de relacionamentos extraconjugais, que geram vários problemas familiares.
Daí, surgem os chamados relacionamentos abertos, onde a pessoa pode ter relacionamentos sexuais extra-conjugais, mas a maioria dos casais só permitem o contato sexual, não afetivo. Isso é que diferencia o relacionamento poligâmico do relacionamento aberto. Mesmo em relacionamento poligâmico, este relacionamento pode ser fechado, como qualquer casal monogâmico tradicional. Pode-se dizer que a poligamia seja uma forma de garantir a fidelidade conjugal, mas muitos parceiros, especialmente as mulheres, preferem ter exclusividade em relacionamento afetivo. Este último é o principal motivo da grande maioria dos casais abrirem seu relacionamento e a frequentarem os clubes conhecidos como casas de swing.
Nestes lugares, os casais liberais promovem a troca de parceiros e praticam todo tipo de fantasias sexuais, ou seja, um transa com parceiro da outra ou fazem sexo grupal. No fim de tudo, todos são apenas amigos e não desenvolvem qualquer relacionamento afetivo entre eles, ou seja, nada além da amizade. Esse tipos de eventos entre os casais, em muitos casos, fortalecem o relacionamento e até mesmo aumenta fidelidade. Estudos e depoimentos mostram que os parceiros se mostram mais fiéis, e o relacionamento se torna mais forte depois que têm um relacionamento extraconjugal. Por isso que disse em outro artigo que divórcio nem sempre é a solução para traições conjugais.
Mas o objetivo deste texto não é promover e divulgar esta modalidade de relacionamento, como costuma fazer a mídia, como absoluta forma de prazer e erotismo com total liberdade. É comentar a respeito da área afetiva neste tipo de relacionamento, como isso é defendido. Posso admitir que não sou especialista no assunto, mas é inevitável que existam pessoas viciadas em casas de swing, ou até mesmo criar casos extraconjugais entre um parceiro de um casal com um parceiro de outro casal. Eu digo que isso é um meio termo entre a monogamia e a poligamia (podendo ser chamado também de poliamor), onde o casal fica meio que em cima do muro, já que afetivamente é monogâmica e sexualmente é até mesmo poligâmica poliamorista, onde nesta, a “primeira esposa” e o “primeiro marido” tem seus privilégios sobre outros.
Ainda assim, os casais que mantém relacionamento aberto, geralmente são mais maduros para encarar as dificuldade naturais de um relacionamento e por incrível que pareça, fortalece os três pilares de um relacionamento (respeito, confiança e amor), como eu disse anteriormente. Mas antes de se aventurar no mundo do relacionamento aberto é preciso o casal dialogar muito e buscar confiança para não entrar por modismo, mas por ser um estilo de vida e filosofia. Relacionamento aberto, mesmo duramente criticado por correntes conservadoras, deve ser tratado com muita seriedade, para que não traga consequências graves, especialmente no mundo afetivo. Pois saiba que embora seja uma forma legal de sentir a liberdade que muitos parceiros não admitem, relacionamento aberto não garante a felicidade!