Sob o Domínio das Máquinas: Segurança e Privacidade

As redes sociais foram um grande avanço e revolucionou a comunicação humana. Mas será que estas mesmas redes sociais podem nos controlar e nos dominar? Existem agentes responsáveis para manipulação mental em massa, existente nestas redes?
As redes sociais foram um grande avanço e revolucionou a comunicação humana. Mas será que estas mesmas redes sociais podem nos controlar e nos dominar? Existem agentes responsáveis para manipulação mental em massa, existente nestas redes?

No artigo anterior abordamos o quanto a tecnologia revolucionou o conceito de relacionamento, onde as distâncias foram suprimidas e anuladas, para podermos ter relacionamentos de todos os tipos. Também foi visto que as máquinas tiveram o seu revés da moeda, em que afasta os que estão perto e aproxima os que estão longe. Contudo, a comunicação se tornou rápida e dinâmica, e a presença virtual irá se confundir com a presença real. Mas tudo isso tem um preço.

 

Vigiar…

O que ocorre, é que um simples “olá” no MSN, Orkut, Facebook, Twitter ou em qualquer rede social, só é possível, graças esforços e muito estudo de cientistas, engenheiros e desenvolvedores. E obviamente, todo esse esforço deverá ser recompensado. Sim, as entidades que controlam essas citadas redes sociais possuem suas regras e normas para manter a rede em ordem, proteger os usuários destas redes, bem como estão sujeitos à legislação dos países onde as controladoras mantém as suas sedes. E isso, obviamente, afeta gradativamente a privacidade e a segurança, tanto de quem usa, quanto de quem administra.

 

Isso significa que estas empresas têm a liberdade de vigiar, controlar, auditar, modificar e até excluir o que é publicado nestas redes sociais, bem como excluir os responsáveis pelas tais publicações. E tudo isso está descrito em termos de uso e políticas de privacidade, que quase ninguém lê e mesmo assim, todos concordam. Estes documentos, para que não sabe, têm valor de contrato, e ainda podem ser usados em processos judiciais. Portanto, este controle e as restrições chegam a ser um incômodo para alguns usuários que se sentem vigiados e monitorados e que sentem lesados por suas questões a respeito da privacidade.

 

…e punir.

Por outro lado, existem pessoas que abusam e demasiadamente revelam coisas que poderiam ser mantidas em sigilo, sem um menor discernimento. Embora o texto fala da segurança, ela não trata somente da segurança digital. Ela trata também da segurança como todo, que vai desde criar uma senha forte até o não se queimar com fogão. Muitas relações presenciais foram rompidas ou sequeladas por causa do uso imaturo da internet, ignorando por completo a realidade em que se situa.

 

Pra falar verdade, não existe o mundo real e o mundo virtual. Ambos fazem parte do mesmo mundo, do mesmo plano e da mesma realidade. Vemos casos de violência, tais como, sequestros, assaltos, estrupros e até mesmo assassinatos, onde todas essas tragédias se iniciaram nas redes sociais. Temos tanta coragem de conhecer pessoas novas e diferentes nas redes, quiçá tivéssemos essa mesma coragem, quando um desconhecido sentar em nosso lado, num ônibus, em uma praça ou na sala de espera do hospital. Que tal realizarmos essa experiência presencial, aquilo que fazemos nas redes sociais?

 

A ciberdependência também é um fator de risco para o usuário.

Independentemente de ser no “mundo real” ou no “mundo virtual”, as máquinas estárão fazendo parte da nossa vida. Um bom bate-papo numa sala de espera do hospital, certamente é gravada por câmeras de segurança, tanto a imagem, quanto o som. Sem falar que esse sistema irá fazer reconhecimento facial e registrar que é a quinta vez que entra neste hospital este mês, para fazer a consulta com um médico, podendo ainda fazer diagnósticos e ainda alertar para todo hospital que a pessoa está com uma suspeita de uma doença gravíssima altamente contagiosa. E onde entra a privacidade da pessoa possivelmente doente? E a segurança de outras pessoas que também estão na sala de espera?

 

Questões que atualmente são mais inerentes para redes sociais virtuais, cada vez mais estão fazendo parte da “vida real”, mas tudo isso tem seu preço, como também existem controladores destes sistemas que usam de certos artifícios, para o seu próprio benefício, bem que existem aqueles que aproveitam das brechas e falhas destes sistemas para causar danos e prejuízos a todos que dependem desses sistemas. O que ocorre, é que estamos caminhando para uma mansão vistosa e sombria que esconde pragas por debaixo do tapete.

Seguir Fábio Valentim:

Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

Últimos Posts de