Sob o Domínio das Máquinas: Controle, Alienação e Revoluções Sociais

O mundo assiste de camarote, o levante da irmandade muçulmana, o levante que tomou conta de todas as nações do mundo islâmico e deixa um claro sinal de um novo tempo e uma nova era irá surgir. Tudo isso foi possível, graças ao uso das redes sociais por grande parte da juventude muçulmana. Nesse meio tempo, vivemos um revés da moeda: os governos podem ligar e desligar a internet de um país inteiro, pelo que bem entender e isso ocorreu quando começou a eclodir a revolução que só é comparável àquela de 1789, na França. Também vimos um homem que desafiou um império, ao divulgar os documentos secretos do governo imperialista do mundo moderno. E o que aconteceu? Ele está sendo duramente perseguido pelos agentes do império, que está prestes a ruir. Os controladores dos serviços de internet, a maioria com suas sedes nos territórios imperiais, também passaram a atuar como agentes anti-wikileaks (vale lembrar que eles estão submetidos a legislação dos países em que sediam, como eu disse no texto anterior).

A internet faz o homem ou o homem faz a internet?

E onde entram as máquinas nesta história? Na verdade, estava falando no que as máquinas e equipamentos que fazem da internet, uma revolução em toda a civilização. Se internet existisse bem antes, fatos históricos como a revolução do Lênin, o nazismo, o maoismo, a revolução cubana, e as ditaduras da América Latina teriam um desfecho totalmente diferente. A internet tem um lado bem gostoso: você faz parte da história, é um agente passivo, e não vê apenas a história passar na tela. A internet acabou com o esterótipo de “formadores de opinião”, que são selecionados a dedo pela imprensa partidária,  onde no geral, esses “formadores de opinião”, que dão ideias e opiniões que geralmente não acrescenta em nada para formação moral, gerando inclusive, pessoas alienadas. Hoje as coisas mudaram,  povo passou a ser o maior gerador de opinião, opinião que é capaz de transformar o mundo.

Temos também um lado negativo das coisas, em que uma certa fatia de pessoas pretende criar uma sociedade puritana e politicamente correta. Neste meio, é muito comum aparecerem pessoas que agem como agentes do puritanismo e dos bons costumes morais. Querem que os outros sigam sua doutrina, mas não a seguem, esquecendo de que há outros agindo como agentes, gerando um desconforto social. E como qualquer desconforto, é preciso haver controle, que afeta a privacidade e a liberdade de expressão. E do controle, seguindo as regras descritas em termos de uso e política de privacidade que pouquíssimos leem, mas concordam. Estamos sendo controlados por todos os tipos de agentes, sejam eles do governo, ou voluntários (do vulgo, vizinha fofoqueira), tudo em busca da sociedade perfeita e pura, fiel aos bons costumes morais, mas que moral é essa?

A internet mudou a forma de pensamento padrão do poder e fez o governo mudar sua visão de controlar o povo. O que antes a censura, muitas vezes passa despercebida, atualmente está bem clara para qualquer um ver. No caso das nações como China e Coreia do Norte, existe ainda o fator de educação que ajuda na manipulação dos cidadãos, fazendo com que os mesmos apoiem as iniciativas do governo. A internet passou a ser o maior medo dos governantes autoritários e dos agentes da ordem moral da sociedade.  Uma internet livre será um maior passo para evolução moral do ser humano, uma internet controlada, é um verdadeiro retrocesso, que torna ela mesma, uma arma dos poderosos contra a grande massa popular. Uma internet neutra, livre e independente, será a maior vitória para toda a humanidade e a internet, por si só, não precisa de controle, pois tudo será baseada no respeito ao próximo e não nas legislações autoritárias.