Direitos Humanos Para Quem?

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A quem deve ser reservada a dignidade humana?

Venho aqui mostrar um pouco de indignação, e uma certa opinião a respeito do tema que vem sendo muito recorrente, principalmente quando se trata de uma pessoa que comete crimes e delitos de qualquer natureza, retirando-se por fim, a ordem por toda a sociedade, espacialmente, quando vivemos em meio a sociedade do Vigiar e Punir. O tema então recorrente, e até mesmo polêmico, trata-se da questão dos direitos humanos. Não pretendo também citar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas concordo que todo o cidadão tem direito a uma vida digna, não importando o que a pessoa é ou o que a pessoa fez. Mas a grande questão é, que será que as pessoas que praticam o bem, exercendo a cidadania, contribuindo para o crescimento social, também tem os seus direitos humanos atendidos? Muito difícil responder, mas muitos poderiam responder que somente os corruptos e os criminosos têm os seus direitos atendidos. Portanto, vale lembrar que isso está cada vez mais evidente. Mesmo em países desenvolvidos, os presidiários têm um certo privilégio quando estão cumprindo a pena.

Mas o que ocorre na realidade, em um país, como no Brasil, é que os direitos humanos não são feitos a todos, até mesmo em países desenvolvidos, como nos Estados Unidos, onde uma pessoa roubou um produto, quis ser presa e condenada, para poder ter o tratamento de saúde adequado, pois se fosse livre, ele não teria. O mesmo se vale do polêmico auxílio reclusão, dado pelo governo brasileiro [1],  que por sinal, é ainda maior do que o salário mínimo, dado a um trabalhador livre, que tem que trabalhar dobrado e triplicado, para poder conseguir esse dinheiro.

Chega então ser risível as mordomias de alguns presos (não todos), enquanto a maioria tem que fazer um grande esforço e sacrifício para poder colocar um prato de comida na mesa, e às vezes, nem consegue fazer isso. Como tenho dito, nem todos, mas por outro lado, veremos um sério problema: por que as cadeias estão superlotadas? Por que o sistema penitenciário em muitas regiões do mundo inteiro, estão à beira do colapso ou já entraram em colapso? Muitos podem falar, falta investimento em educação, e realmente falta, especialmente no Brasil.

O governo brasileiro deixa de investir nos serviços essenciais à população, como a saúde, educação e transporte público, para investir no pão e circo, e quando não é isso, investe na corrupção e desvio de dinheiro público. E enquanto isso, vemos as mesmas necessidades primordiais do ser humano, sendo precarizadas. O fato de haver pessoas doentes jogadas no chão, não seria uma violação dos direitos humanos por parte do governo? Mas infelizmente, isso acontece na verdade, causando ainda mais a revolta da população, que embora indignada com tudo isso, se mantém inerte e desesperançosa.

Logo vemos que o nosso sistema social brasileiro está totalmente errado, principalmente quando vemos uma onda de corrupção que nos assola. E isso independe do partido ou regime governamental, mostra que o povo cidadão não está sendo tratado de forma igual. Muitos podem afirmar que a corrupção faz parte da cultura, mas é preciso mudarmos essa cultura, eliminando isso. Nós, cidadãos que contribuem para o crescimento social, não devemos ficar calados, perante a situação. Direitos humanos, tem que ser pra todos, principalmente para humanos direitos.
[1] O Auxílio Reclusão é um benefício dado pelo Ministério da Previdência Social dado aos dependentes do preso, que estiver cumprindo a pena. Ao contrário do que muitos pensam, ele não foi criado no governo Lula, mas em 1991, durante o governo Collor. Segundo, que este benefício não é dado automaticamente, o preso tem que estar trabalhando de carteira assinada, no dia que for preso, além de passar por uma série de exigências do INSS. E além disso, o valor é único, não importando quantos dependentes o preso tenha. Para mais informações, veja no site da previdência social.
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Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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