A Pedra da Gávea, Rio de Janeiro. No final do século XIX. |
Falar de bastidores, da história por trás da história, é curiosa, como também é gratificante. Até o livro “A Pedra da Gávea e o Mundo Secreto” ficar pronto, e em seguida ser publicado, muita coisa aconteceu em minha vida. Coisas boas e coisas ruins. Antes de escrever este livro, eu costumava escrever textos em outro gênero literário: a poesia. E para quem ainda não sabe, eu também sou músico e fiz parte de duas bandas católicas. Quem estava acostumado a ler os meus poemas ou me ver cantando e tocando violão e guitarra (às vezes, contrabaixo), talvez não deve ter imaginado que eu ia escrever um livro do gênero da literatura fantástica. Por um bom tempo eu achava que ia ficar eternamente na poesia e que jamais escreveria um livro assim. Eu cheguei a começar a escrever um romance, que passava no sertão nordestino, mas acabou não vingando o projeto, e acabei desistindo. Eu sentia mais prazer em escrever poesias. e me sentia mais seguro com isso. Depois que terminei o Ensino Médio, eu tive mais contato com a literatura fantástica, lendo livros do gênero e assistindo filmes baseados neste mesmos livros. Foi então que renasceu este desejo de escrever este tipo de livro.
O tempo passou, eu passei no vestibular, comecei a cursar faculdade na PUC-Rio, tive a oportunidade de conhecer futuros escritores até então. Eu consegui um estágio na Globo.com, e foi nesta época, durante o almoço, eu estava sentado na escadaria do Shopping Città América, que algo chamou minha atenção: a Pedra da Gávea. Até lá, eu só achava que era o lugar onde saíam os asa deltas (que na verdade é na Pedra Bonita). No dia que eu estava indo para a Tijuca, por Alto da Boa Vista, eu via o curioso rosto esculpido na montanha. Foi que eu lembrei de uma reportagem da Globo onde um grupo de montanhistas que subiu a montanha, onde nela, havia um rosto esculpido e para minha surpresa, era a Pedra da Gávea. Eu conhecia quase nada da Barra da Tijuca e Zona Sul, na época e muito mal conhecia o Aterro do Flamengo. Antes de tentar a vaga na PUC, eu nunca tinha pisado em um bairro da Zona Sul. Minha vida sempre foi subúrbio e raramente ia pra Zona Oeste, ou seja, raramente saía da Pavuna pra fazer uma coisa. Tudo mudou em minha vida depois que entrei na PUC.
Então eu comecei a estudar a Pedra da Gávea, e como fora dito na reportagem, confirmei que há muitas lendas que envolvem a Pedra da Gávea, não somente o rosto de Badezir, mas como toda a montanha. As inscrições fenícias, o formato dela, um portal e a possibilidade de haver câmaras internas dentro dela. Mas o que mais chamou atenção, foram as histórias e relatos de pessoas que subiram a Pedra da Gávea ou que estiveram próximo a ela. Foi daí que tive a ideia de escrever este livro e comecei a escrever. Mas coisas ruins aconteceram. Eu me casei às pressas, minha esposa estava grávida, perdi meu estágio na Globo e a casa, pois a casa onde morava, era alugada. Motivos para deixar de lado, existem muitos, mas entre as adversidades, eu queria levar ao fim e levei. Felizmente e consegui uns trabalhos aqui, trabalhos ali, mas a dívida estava crescente e ficava impossível de quitar. Mas não desisti. Até que consegui me firmar em uma fábrica de software no Centro do Rio de Janeiro e as coisas começaram a se estabilizar.
Depois de dois anos escrevendo, e mais seis meses de revisão, finalmente consegui terminar a obra (sim, eu posso chamar de obra, por que não?). Fiquei muito feliz em terminar de escrever este livro e como eu fiquei. A felicidade era maior do que a propria publicação, pois consegui explorar mais em mim este dom que por um bom tempo, eu tinha ignorado, não por minha causa, mas porque outras pessoas diziam que eu não servia pra isso. Tive muitas dificuldades pra encontrar uma editora que quisesse publicar este livro. Recebi muitos nãos, mas eu consegui chegar lá. Se do quanto é difícil ser escritor brasileiro e é preciso trabalhar e muito para chegar ao merecido sucesso.
Confesso que eu aprendi muito e continuo aprendendo nessa nova aventura que decidi embarcar. Me sinto muito gratificado pelo que conquistei e me sinto mais motivado em investir nesta carreira literária, como contista. Claro que continuo escrevendo poemas. Claro que continuo na música, apesar de que hoje estou sem atividade na igreja, sem nenhuma banda, pra tocar, mas amo muito a música. Claro que continuo trabalhando com informática, desenvolvendo sistemas, aliás, contas a pager veem todo mês e não esperam, mas eu gosto também de trabalhar na área de TI, que apesar de seus problemas na questão de mercado, é uma área gostosa. Então, posso dizer que tenho um longo caminho a percorrer, e pretendo ir bem longe.
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