Escrevo este post especialmente para quem quer seguir a carreira literária ou tem um sonho de ser escritor, mas escrevo também para meus fiéis escritores que amam ler os livros e que adoram literatura, que viajam para universos distantes que cada livro proporciona. Cheguei a comentar o quanto é difícil publicar um livro numa editora, na qual você tem de bater na porta de dezenas de editoras e ainda ouvir um não, sem falar nas editoras que aceitam, mas terá de pagar uma fortuna impagável para quem é de classe social menos favorecida. E mesmo depois de publicado ainda ter enfrentar certas barreiras que as livrarias impõem. Para quem não sabe, muitas livrarias, especialmente as famosas, trabalham com consignação e as mesmas só devolvem o dinheiro em 30 a 60 dias. E sem falar que o sistema de consignação torna o livro ainda mais caro, pois será preciso compensar os lobbys exigidos pelas livrarias.
Então, como poderemos fazer com que os trabalhos literários cheguem aos leitores? Como fazer com que seja uma obra de sucesso com todas essas barreiras impostas pelo mercado editorial? Vejamos bons exemplos que foram citados neste artigo que escrevi outrora. E felizmente, aprendi que um best-seller ou um clássico da literatura não precisa necessariamente estar em todas as prateleiras de todas a livrarias. Quando acabei de ler “O Guarani” e “Senhora”, ambos de José de Alencar, eu fiquei curioso em conhecer os bastidores da história. Me surpreendi que boa parte de seus livros eram publicados em folhetins, ou seja, uma espécie de um caderno de um jornal, onde semanalmente publicavam cada capítulo. Hoje vemos coluna como “Romance Policial” e colunas onde vemos histórias e novelas envolventes na vida real.
E felizmente, a blogosfera acabou sendo uma evolução dos antigos folhetins que começaram a explodir no Brasil nos tempos do Romantismo Clássico do século XIX e hoje, vemos milhões de folhetins eletrônicos, espalhados por toda internet, na qual hoje chamamos de blog. Embora os folhetins não davam o contato esperado, pois a comunicação era mão única, na blogosfera, passa a ser uma via de mão dupla. É como se o leitor também fosse responsável pela qualidade dos textos literários e pelo andamento da história, pois ele passa a participar muito mais ativamente do que na época dos folhetins do Romantismo. Se esses autores clássicos vivessem nos dias de hoje, com toda certeza, leríamos cada capítulo de “O Guarani” em um blog.
Então, qual é a vantagem de escrever um livro em blog sobre a forma tradicional? Os parágrafos anteriores já deram a resposta, sem falar de que você não tem que se preocupar com as limitações contratuais com as editoras ou com as exigências das livrarias em colocar teu livro na prateleira, disponível para a venda. Essa é uma forma de vencer todas as barreiras e atrair pessoas com mentes livres e com todos os nossos esforços, incentivar a leitura no nosso país. E que a literatura da blogosfera seja a característica e a marca da nova literatura brasileira, assim como a literatura dos folhetins marcou o Romantismo do século XIX.