Onde a riqueza e a pobreza se unem
nem sempre há união
No lugar onde o preconceito é rude
sempre haverá destruição
Não sou prisioneiro do ouro sem valor
porque não quero destruir o meu amor
A vida, formada de corpo, de alma
É mantida com sabedoria e calma
Prato vazio, sinônimo de abandono
A fome está em toda a minha casa
Não me deixa dormir, nem com sono
Para que eu não possa sonhar com nada
Nada tenho para alimentar meu corpo
mas tenho muito para alimentar minha alma
Ninguém atende o meu socorro
Todo mundo me impede de fazer uma ação.
Amigos de miséria e desprezo
Não reconhecem o meu sofrimento
Cada um por si, no meio do desespero
Torcendo pelo pão a cada momento
Do pão que comíamos, sobrou o mofo
Nem vinagre para beber, para minha sede
Sob o sol quente que faltava derreter
Clamei a Deus, um milagre
Vejo pessoas correndo atrás da vida
Vivendo e perdigando como zumbis
Vi um mar de gente caída
Sobre as areias fritas
Amigos de fome e de cruz
Busquemos a fonte de vida
Tenhamos cuidado com a falsa luz
Antes que não exista mais o novo dia