A Sociedade do Vigiar e Punir

Não existe a pior prisão, que aquela que não tem muros, nem grades, e você nem se dá conta.
Não existe a pior prisão, que aquela que não tem muros, nem grades, e você nem se dá conta.

Num mundo onde o politicamente correto domina toda a sociedade e que todos somos controlados e vigiados a todo o instante, as relações humanas não estão mais baseadas em cordialidade e amizade. Vivemos na sociedade onde é mais importante julgar e condenar o nosso próximo. Temos prazer em ver os defeitos dos outros e as desgraças de outras pessoas. Agimos como abutres e hienas, para mais tarde agirmos como contramestres, jogando todo o nosso ódio e rancor em quem não merece a tal punição. Assim é a sociedade do “Vigiar e Punir”, uma sociedade em que as pessoas não são livres.

Nesta sociedade, temos uma vaga sensação de segurança, mas por outro lado, a liberdade faz muita falta, quando predomina a segurança e o conforto, como se liberdade e segurança não poderem coexistir dentro de um mesmo espaço. Na verdade, é possível sim conciliar todos esses elementos, se existir um fator muito importante chamado respeito. Existindo o respeito, todos estarão livres em segurança, mas na vida real, não é bem assim que acontece na vida real. O que acontece, é que em nome do sossego e da segurança, nos privamos da liberdade, não de ir e vir, mas de pensar, se sentir e até mesmo de amar.

Logo, a nossa educação, baseada em sempre fazer o certo, onde predomina o certo e o errado, pois quem fizer errado, é passível de punição exemplar, uma punição que não ajuda a amadurecer e crescer, e sim provocar o temor às pessoas. Vemos relações surgirem baseado no medo e não no respeito. Não digo em medo de morrer ou de ficar enjaulado em um cubículo, mas de passar miséria ao longo de sua vida. Somos escravos das leis impostas oficialmente ou não e somos vigiados o tempo todo, onde você sempre estará cercado pelos agentes, ávidos pela justiça e sociedade “perfeita”, o que seria impossível conseguir.

Não digo porém que temos a necessidade de vigiar o outro, pois não vigiamos o outro como forma de fazer crescer, na maioria para derrubar e para eliminar os concorrentes, que muitas vezes são os nossos “amigos” e pessoas que trabalhamos juntos, no intuito de conseguir coisas maiores. Temos o prazer de vigiar e punir apenas para derrubar as pessoas que nos incomodam e que nos atrapalham em nossos projetos maquiavélicos. É uma selva de pedra, onde um quer comer o outro.

Por fim, eu defendo uma nova sociedade, a de observar e educar. A sociedade que não estigma o conceito de certo e errado, mas de adequado e o inadequado. Nem sempre o certo é o adequado e nem sempre o errado é o inadequado. No fim de tudo, o respeito deve ser uma constante em todas as relações para que as mesmas se tornam harmônicas.

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Analista de Sistemas e Escritor

Uma pessoa que está sempre disposta a acreditar nos sonhos, no amor e na felicidade até as últimas consequências. Sou proprietário e editor-chefe do Baú do Valentim.

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