Temos uma estranha sensação o tempo todo, que nos rodeia, quando a gente está cercado de incertezas. Às vezes temos a capacidade de sonharmos, criar imaginações e criar situações que nós mesmos não imaginamos. Aprendemos portanto, de que não existe verdade absoluta, ou talvez ela mesma exista, embora não sejamos capaz de compreendê-la, já que existem leis absolutas, como causa e efeito. Mas esses termos, seja a verdade, seja a lei da causa e efeito, são importantes para compreender tudo que existe ao nosso redor, ou seja, nada mais além que a própria realidade.
É muito comum lermos os textos e ouvirmos pessoas falando que cada um possui a sua própria realidade, ou seja, embora duas pessoas morassem na mesma rua, elas podem viver realidades totalmente diferentes. Como também existem pessoas que acreditam que existem vários “eus” em várias realidades diferentes, o que dá base a teoria das cordas. No primeiro exemplo, poderemos encontrar na mesma rua uma pessoa humilde, que se dispõe de poucos recursos e uma casa humilde, enquanto o seu vizinho mora em uma casa vistosa, com recursos bem avantajados e possui bens caríssimos. O mesmo poderia se aplicar que a pessoa que vive na casa humilde, na outra realidade, pode ser a pessoa que mora em uma casa vistosa, e quanto a seu vizinho, vice-versa. Uma simples decisão, poderia criar uma gama de variáveis, que podem ser determinadas, mas são tão amplas e tão complexas, que nem mesmo nós somos capazes de prever e calcular.
Sob esses aspectos, o que seria então a realidade? O que é ser real? Segundo Wikipédia, é a afirmação de que tudo o que existe, o que neste caso, confirmaria o primeiro exemplo citado no parágrafo anterior. Ela ainda afirma que o real é aquilo que existe dentro e fora da mente. Isso nos leva mais uma vez a analisar o Mito da Caverna de Platão, onde as pessoas que viviam na caverna. Para aquelas pessoas que estavam aprisionadas na caverna, que as sombras, a escuridão e a luz fraca, é nada mais que a sua realidade. Se falamos para aquela pessoa, que existe um campo florido, sob um sol iluminado, ela provavelmente vai afirmar a você que não passa de uma fantasia, coisa da imaginação, pois a pessoa nunca viu isso em sua vida ou imaginou aquilo. Logo, se levarmos a mesma pessoa para um campo florido, em um dia ensolarado, ela vai praticamente se perder, enlouquecer, diante da situação, o que na maioria das vezes, fará com que a pessoa volte para a realidade antiga, em que vivia.
Isso nos dá a ideia de que a própria realidade é relativa, o que nos dá a ideia de que não existe a verdade absoluta, não é que não existe, é que não poderemos compreendê-la, pois a mesma verdade absoluta, está acima de qualquer realidade qualquer conceito, de qualquer coisa que nos prende aos nossos pensamentos. A realidade é uma forma também de identificarmos o nosso grau de evolução espiritual, pois a pessoa pode não aceitar as verdades que surgem em nosso mundo, pois a mesma não se sente preparada para o tal.
Isso nos mostra que uma pessoa que viveu a vida toda na caverna, ela nunca irá aceitar a ideia de existir um campo florido, sob um dia ensolarado. Mesmo que ela veja, ela não conseguirá aceitar a realidade. Não é questão de ver pra crer, é ver, acreditar e aceitar a realidade que vive. Somos capazes de mudar a nossa realidade. Podemos transformar um belo campo florido em um lixão e vice-versa, que são realidades completamente diferentes. Tudo isso depende do nosso grau de aceitação com a nossa realidade, bem como a evolução espiritual. Logo, a pessoa que vive presa nos seus conceitos, mesmos os conceitos injetados por terceiros, ela nunca vai poder compreender os desígnios de sua vida, pois ela deve sempre estar abertas para as novas ideias, para moldar a sua realidade. Tudo isso faz parte da evolução da pessoa. Antes éramos caçadores nas selvas e vivíamos em cavernas, hoje, temos um total controle sobre a natureza e vivemos em casas confortáveis, isso é evolução, isso são realidade completamente diferentes. Ainda hoje podemos encontrar pessoas que vivem como homens da pré-história.
Podemos afirmar logo que as pessoas veem o que realmente querem ver, uma máxima citada no livro O Código da Vinci, de Dan Brown, nos mostra que a realidade não é na verdade, tudo que existe, mas tudo que cremos, tudo que pensamos. Se nós pensamos, logo existimos. Tudo isso tem a ver com o nosso conceito de verdade, especialmente com o conceito de verdade absoluta. Para os religiosos, Deus é real, para os ateus, Deus é fantasia, ou seja, é irreal. A verdade, portanto, pode ser absoluta, não a realidade, pois a mesma realidade é muito dúbia e relativa. O nosso conceito de realidade está muito ligado às nossas certezas, convicções, e até mesmo ilusões. Quantas realidades diferentes, poderiam imaginar, se as pessoas, com qual convivemos, pensassem de outra forma…
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