O que é pecado? Se analisando corretamente o contexto religioso, entendemos que o pecado é claramente á desobediência à Deus, ou qualquer deliberação ou desconsideração a uma determinada divindade. O pecado é nada mais, nada mais, ou nada menos que a anomalia, de acordo com os padrões religiosos, em que hoje, se equivaleria a um crime, segundo os preceitos jurídicos. Mas antigamente, quando a religião era um fator predominante em nossa sociedade, todo pecado era basicamente um crime e ainda hoje os crimes possuem uma base partida das mesma religiões, como matar, roubar ou até mesmo adultério e a prática da poligamia. As religiões, especialmente as abraâmicas, são unânimes em afirmar que somos pecadores, e acabamos em introduzir o pecado no mundo, por meio de Adão e Eva, ao comer do fruto proibido.
Cada religião possui uma forma de classificar os pecados. No Judaísmo no Islamismo, o pecado é nada mais que uma violação a um mandamento divino, implicando em severas sanções “divinas”, o que não seria necessário uma falta moral. No catolicismo há uma forma de classificação de pecados, que são os veniais, que trata-se de uma matéria leve ou até mesmo grave, sendo que a pessoa não esteja consciente ou consentido de seus atos, como também existem o pecado grave, em que exige a matéria grave dos dez mandamentos e feita de plena consciência e consentimento e ainda o pecado original, que é o pegado herdado e transmitido a todos os homens, sem culpa própria, vinda de Adão e Eva. Quando aos protestantes, não existe essa classificação, mas eles creem que o pecado está em todos os homens e assim baseando-se no Judaísmo, é nada mais que a transgressão às ordens de Deus, não importando se a pessoa estiver consciente ou não. Mas entre os cristãos, tanto católicos, quanto evangélicos e pentecostais, existem ainda os pecados imperdoáveis, que são os chamados pecados contra o Espírito Santo, em que a pessoa será condenada eternamente (Marcos 3, 28-30). No Espiritismo, o pecado é qualquer carência ou conformidade com as leis de Deus, as leis da natureza, mas por outro lado, o espiritismo crê fielmente na lei da Causa e Efeito, uma lei que rege sobre todo o universo. Já no Budismo, seria uma forma transgressora de prejudicar a si próprio ou ao próximo.
Assim, com a exceção do pecado contra Espírito Santo, segundo as doutrinas cristãs e a idolatria, para os muçulmanos, todos os outros pecados são perdoáveis. As práticas do perdão dos pecados, de obter a graça e a misericórdia divina são diversas, de acordo com a perspectiva de cada religião. Prática que podemos citar como a confissão de pecados, venda de indulgências, flagelação ou autoflagelação, peregrinação e ainda uma simples oração, uma conversa com a sua divindade. Ritos e práticas que variam de acordo com cada doutrina e a prática, para poder ter seus pecados perdoados, desde que o mesmo pecador esteja arrependido. Sendo feito o perdão dos pecados, a pessoa estará livre de seu castigo eterno, que seria aguardada, logo após a sua morte, em que a mesma divindade irá julgar, medido e pesando seus atos.
Analisando cuidadosamente estes fatos, vemos que o pecado é uma falha não contra a si mesmo, mas contra uma divindade, com exceção das religiões que citei, que são espiritismo e budismo. Mas a instituição do pecado foi um meio muito importante, pois desta forma, instituiu-se costumes práticas e culturas. É do pecado que nasceram os chamados crimes e delitos, no meio jurídico. Mas nos dias de hoje, o pecado é uma forma de transgredir uma determinada doutrina seja ela religiosa ou não, não necessariamente uma legislação jurídica em si, embora a mesma legislação esteja baseada em livros sagrados e em doutrinas religiosas.
Eu penso que pecado é um atentado contra a sua própria pessoa, contra quem está próximo, não necessariamente a uma divindade ou a uma figura imaginária, que esteja distante de todos os fatos. O pecado é a transgressão contra a sua consciência, contra o seu ego, uma falha que deve ser reparada, não porque está escrito nos livros sagrados, mas porque a nossa consciência do que fazemos, nos deixa com um sentimento ruim de culpa, nos deixando para baixo. Devemos imaginar que quando atentamos contra a nossa moral, contra a nossa própria razão, mesmo que fazemos de forma consciente, a gente acaba ficando com um sentimento muito ruim, com uma sensação de um grande peso nas nossas costas. Devemos portanto praticar tudo que há de bom em nossas vidas, e transmitindo ao nosso próximo, para que não deixemos que os pecados manchem os nossos valores. Tudo que fazemos, nos traz consequências, é o que chamamos de lei absoluta de Causa e Efeito.