Existe de fato um lugar seguro? Esta pergunta gera uma incógnita que chega a ser bastante assustadora. Você costuma abrir sites de notícias e já começa a ler várias manchetes de crimes cometidos em diversos lugares. Você liga televisão em telejornal, já mostra de começo, notícias de atrocidades violentas. Você para e pergunta: existe de fato um lugar seguro? Existe um paraíso onde não existe nenhum tipo de crime, nem mesmo um roubo de galinha? Será existe um lugar neste planeta que poderemos chamar de um oásis da paz e da segurança. Um lugar onde policial pode dormir que nada vai acontecer?
Sensação de Segurança é Relativa
Falar em sensação de segurança é muito complicado, pois varia de região para região. Há um consenso comum que afirma que as grandes cidades são mais violentas que as cidades pequenas. Mas não é a regra absoluta! Existem cidades pequenas tão violentas quanto ou até mais violentas que as grandes cidades. Mas o que determina a qualificação de lugar seguro? O mais comum se basear nas estatísticas de criminalidade, onde são divulgados rotineiramente em páginas de notícias.
Mas não podemos nos basear somente em estatísticas ou em notícias alarmantes de noticiários. A convivência e a forma de lidar com o caos social, criada e desenvolvida ao longo da vida. E isto influencia e muito na chamada sensação de segurança. Não importa se o crime ocorreu em São Paulo ou na Serra da Saudade, o crime sempre impressiona e assusta. E não deixa de afetar psicologicamente a sensação de segurança, ainda que de formas diferentes. Por isso que ela é relativa. Alguns podem reagir com indiferença, especialmente quando a criminalidade faz parte da sua rotina ou dia a dia, enquanto alguns podem agir com desespero. Mas será que somente a reação pública torna o lugar inseguro?
Não Existe Segurança Perfeita
Crimes podem acontecer em qualquer lugar, ainda que neste lugar, não tenha aberto sequer nenhum boletim de ocorrência. Partindo deste pressuposto, vamos afirmar que não existe lugar seguro, onde não pode acontecer nada. Não é bem assim que as coisas funcionam. O ser humano tem uma certa natureza violenta, por mais pacífico ele demonstra ser. Vivemos em uma sociedade, e dentro dela, desentendimentos e conflitos acontecem. Não são raros os casos em que estes conflitos acabam terminando em delitos.
Eu diria de uma certa forma, que o lugar totalmente seguro, somente em um lugar onde você tem privação total de convívio da sociedade. Ou seja, isolado de todos, sem nenhum tipo de contato ou interação humana. Aquela imagem bucólica de pequenas cidades onde é possível dormir de janela aberta, virada pra rua, sem se preocupar com roubos, está cada vez mais distante da nossa realidade. Mesmos nestas cidades, você poderá encontrar casas com cercas elétricas, câmeras e outros apetrechos de segurança. Até porque, ninguém coloca isso a toa.
Todos procuram um meio de proteger suas casas o quanto pode, pois o poder público, por mais eficiente que seja na questão de segurança da sociedade, não poderá cobrir todos os pontos cegos das rondas e vigilâncias policiais. Isso porque não sabemos sempre das más intenções de cada pessoa que tem com outra, mesmo que esta pessoa seja seu vizinho ou familiar. Vamos lembrar que ninguém, em sã consciência, quer que seus valores ou seus entes sofram danos ou sejam perdidos.
Aquele Equilíbrio entre Segurança, Liberdade e Variedades
Pode ser que você seja a pessoa da cidade grande, cansado do caos e da onda de criminalidade que domina a sua volta. Pode ser que você seja a pessoa que quer mais variedades que a cidade de interior onde vive não oferece. Pode ser que você quer viver uma vida de liberdade, sem se preocupar com nada. Ainda bem que não somos árvores, pois não somos obrigados a ficar em lugares que não gostamos. Temos todo o direito de viver em busca do conforto e da qualidade de vida.
É preciso retirar da nossa cabeça, aquela ideia de cidade totalmente segura. Lembre-se: o lugar totalmente seguro é um lugar onde a interação humana é praticamente nula. Sempre haverá conflitos, mesmo em uma aldeia isolada, no meio de uma densa floresta, ou numa ilha isolada no vasto oceano. Entenda que quanto menor a cidade, quanto menos acessível for a mesma, menos recursos e variedades você vai ter ao viver neste lugar.
Em outras palavras, não vai ter aquele shopping, um Uber da vida e uma gama de coisa bacanas, que geralmente encontram-se apenas nas grandes cidades, onde muitas delas têm fama de violentas e caóticas. Por outro lado, morar em lugar que tem fama de oásis de segurança, normalmente em cidades pequenas, pode acabar sendo problema, pois passa a ser um convite para tédio, o que tira sensação de liberdade. É como se você fosse um pássaro preso em uma gaiola.
Com isso, a questão da liberdade, quase sempre entra em confronto com a segurança. Muitos comparam segurança e liberdade com óleo e água, ou seja, não se misturam. Mas não é bem assim: é preciso uma dose certa e de forma sazonal, para que possa viver com conforto em uma cidade diferente. O mais importante de tudo não é buscar lugar seguro, e sim, a qualidade de vida. Às vezes a cidade tem apenas preocupações com assaltos a comércios. Às vezes a cidade convive com roubos corriqueiros a pedestres, assassinatos a luz do dia, arrastões, confrontos bélicos, tráfico de drogas, milícias e cartéis de crimes organizados. O mais importante é se vale a pena viver em um lugar, analisando todos os prós e os contras.
Isso não significa que devemos nos contentar com os problemas de criminalidade na cidade, seja ela uma metrópole, seja ela um arraial, ou um pequeno vilarejo. Todo tipo de criminalidade, desde um simples roubo de galinha, até formação de cartéis de crimes organizados, devem ser combatido com fervor dentro da sociedade. Ainda temos muito que evoluir para tratarmos da natureza violenta do ser humano, mas sei que chegaremos a entrar nos trilhos e atingir o objetivos.