Quem tem fome, tem pressa! (Betinho)
Na época em que foi firmado
as metas do novo milênio, cerca de um bilhão e duzentos
milhões de pessoas sobreviviam com uma renda per capita inferior a cinquenta reais mensais (ou 1 dólar por dia). Apesar dos
avanços consideráveis e importantes no combate à miséria,
ainda há muito que se fazer, pois ainda
é grande a quantidade de pessoas abaixo da linha de pobreza, é grande a quantidade de
crianças desnutridas ou subnutridas, como é grande a quantidade de
mendingos e moradores de rua, em centros urbanos.
Então, as campanhas de doação de alimentos são suficientes para o combate à fome nas comunidades? Vamos ao exemplo prático de uma campanha de alimentos permanente, realizado no bairro da Pavuna, bairro da cidade do Rio de Janeiro. Mensalmente as famílias paupérrimas que vivem nas favelas da região, recebem uma cesta básica com dois quilos de feijão, cinco quilos de arroz entre outros mantimentos. Seria uma boa reserva para uma família que tenha apenas um único filho e que pelo menos um membro da família esteja trabalhando com uma renda equivalente ao salário mínimo nacional. Mas a maioria das pessoas que vão buscar alimentos são de famílias que possuem três, quatro, cinco ou mais filhos e com pais desempregados e com pouca perspectiva de uma vida melhor, jogando esta responsabilidade para os filhos. Logo, a cesta básica não é suficiente. Mas vale lembrar que esta campanha sobrevive de doações.
Já foi visto no parágrafo anterior de que as campanhas de alimentos não são suficientes, nem com a Bolsa Família e Bolsa Escola promovido pelo govero brasileiro ou programas sociais, promovidos pelos governos estaduais e municipais. É preciso abrir as portas para estas famílias e dar uma orientação educacional para as mesmas e planejamento familiar (que não se limita a apenas aos métodos contraceptivos).
E Por falar em mendingos e moradores de rua nos centros urbanos, muitos deles, que são retirados das ruas, acabam retornando novamente para as ruas, não só por falta de estrutura nos projetos e abrigos sociais, como também muitos deles são acomodados demais em ficar sentados, recebendo esmolas. Também é preciso considerar que há casos de maltratos e abusos por parte dos agentes que trabalham nestes abrigos, especialmente os que são administrados pelo governo. É claro que a maioria deles querem desesperadamente sair daquela situação mórbida.
Não basta ter comida e bebida “à vontade”, como visam boa parte das campanhas de doação de alimentos (principalmente aquelas capanhas que só funcionam na época de natal) e dos abrigos sociais para moradores de rua. É preciso educar, abrir as portas para o mercado de trabalho , e um bom acompanhamento psicológico e moral, para mostrar a perspectiva de vida. É preciso arregaçar as mangas, e que todos nós estejamos trabalhando juntos para o combate à pobreza e à miséria.
O ser humano que vive na miséria, não que só comida. Ele também quer também dignidade, ser útil na sociedade. As pessoas sentem fome de auto-estima, de valores e de sonhos.
Muitos devem saber, mas a fome e a miséria se agravou na sociedade graças a assoberbada burguesia que por muito tempo queriam mais para si. É verdade que houve o aumento da contribuição para o combate à pobreza e à miséria, por parte deles, graças aos incentivos fiscais e insenções de alguns impostos e taxas. Com toda certeza do mundo, a fome e a miséria só vai mesmo desaparecer da sociedade, se a hipocrisia, a ganância e o consumismo também desaparecerem, pois foram e elas, as principais causadoras.
Que possamos ajudar o próximo e sermos solidários, sem hipocrisia e sem exigir nada em troca, pois como dizia São Francisco de Assis, “é dando que se recebe“. E antes de pensar em ajudar a criança faminta que está no outro lado do mundo, olhe pelas crianças famintas que estão logo ali na esquina, bem debaixo do nosso nariz. É desta forma que podemos dizer: Acabar com a fome e a miséria. Nós podemos!
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